Na semana passada (4° Domingo da Quaresma), vimos que: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito”.
No 5° Domingo da Quaresma Jesus diz que se o grão de trigo não morre, ele continua só um grão; mas se morre, produz muitos frutos.
O que vamos aprender nessa semana?
No Evangelho, Jesus fala sobre a sua morte, necessária para dar frutos e atrair todos a Ele. Na primeira leitura, Jeremias anuncia uma nova aliança de Deus com seu povo, que será escrita nos corações.
Na segunda leitura, Paulo fala como a obediência de Cristo ao seu sacrifício se tornaram salvação eterna para nós.
Neste domingo, refletimos sobre a nova aliança de Deus, que é gravada em nossos corações e confirmada no sacrifício de Cristo.
Leituras
Primeira Leitura (Jr 31,31-34)
Leitura do Livro do Profeta Jeremias
Eis que virão dias, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança; não como a aliança que fiz com seus pais, quando os tomei pela mão para retirá-los da terra do Egito, e que eles violaram, mas eu fiz valer a força sobre eles, diz o Senhor. "Esta será a aliança que concluirei com a casa de Israel, depois desses dias, — diz o Senhor: — imprimirei minha lei em suas entranhas, e hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo. Não será mais necessário ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo: 'Conhece o Senhor!' todos me reconhecerão, do menor ao maior deles, diz o Senhor, pois perdoarei sua maldade, e não mais lembrarei o seu pecado".
Salmo Responsorial – Sl 50(51),3-4.12-13.14-15 (R. 12a) – Do mundo do pecado para o reino da graça
O Salmo 51 é uma oração de arrependimento atribuída ao rei Davi após seu adultério, pedindo a Deus misericórdia e um coração puro.
Refrão (12a): Criai em mim um coração que seja puro.
Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa! R.
Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! R.
Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso! Ensinarei vosso caminho aos pecadores, e para vós se voltarão os transviados. R.
Segunda Leitura (Hb 5,7-9)
Leitura da Carta de São Paulo aos Hebreus
Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.
Evangelho (Jo 12,20-33)
Naquele tempo, havia alguns gregos entre os que tinham subido a Jerusalém, para adorar durante a festa. Aproximaram-se de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e disseram: "Senhor, gostaríamos de ver Jesus". Filipe combinou com André, e os dois foram falar com Jesus. Jesus respondeu-lhes: "Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto. Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará. Agora sinto-me angustiado. E que direi? 'Pai, livra-me desta hora!'? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, glorifica o teu nome!" Então, veio uma voz do céu: "Eu o glorifiquei e o glorificarei de novo!" A multidão que aí estava e ouviu, dizia que tinha sido um trovão. Outros afirmavam: "Foi um anjo que falou com ele". Jesus respondeu e disse: "Essa voz que ouvistes não foi por causa de mim, mas por causa de vós. É agora o julgamento deste mundo. Agora o chefe deste mundo vai ser expulso, e eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim". Jesus falava assim para indicar de que morte iria morrer.
Palavras do Papa
No imaginário de Jesus crucificado desvela-se o mistério da morte do Filho como gesto supremo de amor, fonte de vida e de salvação para a humanidade de todos os tempos. Fomos curados nas suas chagas. E para explicar o significado da sua morte e ressurreição, Jesus faz uso de uma imagem e diz: «Se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto». Quer fazer compreender que a sua vicissitude extrema — ou seja, a cruz, morte e ressurreição — é um ato de fecundidade — as suas chagas sararam-nos — uma fecundidade que dará fruto para muitos. E que significa perder a vida? Isto é, que significa ser o grão de trigo? Significa pensar menos em si mesmo, nos interesses pessoais, e saber “ver” e ir ao encontro das necessidades do nosso próximo, especialmente dos últimos. (Angelus, 18 de março de 2018)